o regresso

O regresso traduz um sentimento de dois gumes! O regresso do emigrante é um voltar feliz. O regresso de férias é um retorno nostálgico... logo de manhã fui abastecer-me de pão de cabanitas, o pão mais alentejano de todos os pães... comprei pão para dez dias para prolongar o alentejo por mais uns dias... mais dois bolos de requeijão para relembrar os bolos de minha mãe pela páscoa... e mais uns bolos de doce de fava para esquecer a maldita dieta pois concluo que gordura é formosura não obstante os programas de dieta que pululam por todo o lado... o regresso dá-nos um sentimento de responsabilidade ao trabalho mas também que deixámos algo que gostamos... trabalhamos porque necessitamos dele para viver e que permite regressar ao que mais amamos... é assim mesmo e não há volta a dar-lhe...

última noite no baile dos bombeiros

Os bailes dos bombeiros fazem parte da minha memória sobre o alentejo. Tal património da cultura popular eram local obrigatório em tempos da minha adolescencia! o grupo musical karisma animava a festa com musica que variava entre o kuduro, o funaná e as populares portuguesas de verão. Aquelas danças de abanar muito os braços e os pés em compassos de dois... música que dava para merengadas e outras acrobacias... foi uma animação em final de festa de milfontes. As pessoas sentavam-se ao redor de mesas à volta da pista de dança, o cavalheiro puxa pelo braço da sua dama, leva-a ao centro da pista e começa a rodopiar... uns jovens meios emebedados contrariavam o ritual, descalçando-se e gesticulando uma misturada de abraços dançados... O alentejo sempre aceitou bem a sua juventude e todos encontravam o seu ponto de satisfação ao som do karisma! Ai alentejo da minha alma... que vontade de voltar a roçar-me nas suas searas!

seventies in the herdade do freixial

A herdade do freixial possui um turismo rural de 5 estrelas e fica encostado na escarpa do rio odemira. A paisagem é linda a valer, com o rio a serpentear entre os montes e os eucaliptais. Fica a cerca de 5 quilómetros de mil fontes e fui lá parar por um acaso de um convite que não me era dirigido... Miguel cantava canções dos anos setenta, algumas de pink floyd e retive a miles from nowhere de Cat Stevens. O público era quase todo da geração seventies, por isso a música cabia que nem uma luva naquele recanto paradisíaco... por detrás, a piscina deixava cair água em cascata como se de cascata em cascata se atingisse depressa o rio... lá fundo, o sol afundava no mar num calor que nos ardia até a alma! Miles from nowhere cabia bem no palmo da minha liberdade sempre desejada e que nunca morreu com o passar dos anos... agora de corpo mais arredondado e acomodado a uma vida de memórias, sinto o mesmo desejo de que a todas as milhas que se façam são apenas e puramente apenas para comprovar um caminho ou um destino... o meu certamente o da liberdade de ser o que sempre quiz ser e não o que a sociedade me tentou moldar!oh yeah!

Friday night fever in milfontes

Este é o fim de semana das festas da senhora da Conceição em Vila Nova de Mil fontes. Ontem à noite, como sempre o bar azul estava apinhado de gente que se ia espalhando pelo largo fronteiro ao sítio onde estou a passar estes lindos dias de Agosto (do meu querido mês de agosto). As ruas ficaram engalanadas com as bandeirinhas e as flores de papel a anunciar os festejos. Entrámos na pastelaria colmeia e saboreámos um pastel de fava, uma delícia que assentou bem após umas petiscadas de polvo e de choquinhos no restaurante da planície alentejana...Então, num beco a dar para a pastelaria colmeia ouvimos um acordeão a anunciar aquelas marchinhas dos santos populares! puxámos pelo nosso cardápio de danças do andanças, mão na mão, corpo entrelaçado rodopiámos entre a marcha, o scottish, o passo doble e o merengue numa caldeirada de dança à moda de milfontes! Foi o nosso friday night fever a anunciar o próximo baile dos bombeiros para amanhã!...

Azenhas do mar...

Azenhas do mar é um lugar piscatório que fica a sul de zambujeira do mar e encostado á praia de carvalhais. O mar entra pela falésia e o cheiro a peixe fresco mistura-se com o cheiro das caldeiradas que são cozinhadas no restaurante com o mesmo nome... "Você está em 90º da lista de espera", diz-nos o empregado entre o desespero de um estômago que sente os paladares dos que estão sentados á mesa... Entre minis que vão refrescando a boca e a garganta, mas aquecendo o cérebro e o estômago chega finalmente a nossa vez após três horas de longa espera... Mas que espera compensadora! De santolas à ameijoa, do camarão frito ao arroz de tamboril molhadinhos em bom vinho branco ou cervejola, todo o nosso corpo foi compensado das três longas horas de espera e do efeito das minis... Azenhas do mar ficou definitivamente marcada pela caldeirada e compensada pelas largas vistas da falésia com o mar a bater calmamente no porto de abrigo em baixo... depois o regresso pela estrada de terra batida a caminho da zambujeira, do cabo sardão e de milfontes...o sudoeste gastronómico é que está a dar meu!

No malhão dei um malho..

Encontro-me na praia de mil fontes. A praia do malhão é a mais próxima para o surf. Larga-se a estrada do algarve, entra-se numa estrada de terra batida e, no alto, surge a praia, grande, a perder de vista até sines... o mar com ondas apetitosas a chamar a prancha.... de corrida descemos as escarpas, com os braços ocupados com as coisas necessárias a um dia de praia. Visto logo o fato e mergulho naquelas ondas que beijam o corpo com a agressividade própria de um amor que não é tranquilo... e, logo na primeira onda dou um malho qure me puxa duas ou três vezes entre duas ondas... recupero o fôlego e tenta a segunda... sim a onda está linda, apanho-a na crista e ali vou deslizando, amaciando a onda até rebentar de vez junto á costa... a água está tépida, a onda está boa, a praia enche-se de gente! jovens surfistas que se sentem plumas nas pranchas...eu já meio pesado e velho sou todavia acariciado pelo movimento de cada onda... regressamos felizes por este dia... amanhã haverá mais...

Alentejo da minha alma...

Com as fotos do andanças arrumadas e postas no you tube, preparo a minha viagem ao alentejo profundo. Às terras que me viram partir há mais de trinta anos!Às praias que viram alguma da minha adolescencia,quando a liberdade tinha um grande significado, em que os recursos monetários para férias se resumiam a algumas notas de escudo para o pão e o condimento...mas que o divertimento superava a dificuldade!...com sol, muito sol, pele bronzeada rapidamente com alguns escaldões inconscientes pelo meio e muita dança ao som dos disco sounds da altura... agora, a arrumar as últimas coisas, a boca ensaliva-se com a memória daquele pão de trigo meio duro, das bifanas de carne porco e das sopas de cação deliciosas! Dou o meu surf desajeitado de última hora em casa pois a onda está boa aqui e preparo a partida ao meu alentejo do coração! com a prancha de surf ao colo concerteza, para aquela brisa na onda das searas...

Regresso do Andanças 2011

Foram cinco dias de dança ali para os lados de Carvalhais em São Pedro do Sul. As cinco da tarde do dia 1 de Agosto estavamos já á porta da bilheteira para receber a pulseira azul. Depois de instalados no parque de campismo improvisado para o evento, a noite foi iniciada com as danças europeias... Olhando para os que sabiam, tentávamos manobrar os pés e os passos... e, naquela noite, decidimos fazer das danças europeias a prioridade dos muitos workshops que decorreram ao longo da semana. E preenchemos os programas de manhã até de madrugada. Percorremos os workshops do Scottish, Mazurk, salsa, das valsas mandadas, das danças ribatejanas, sapateado, das danças da moda do século xx, do lindy hop e de mais algumas... Demos mais passos certamente que uma peregrinação a Fátima... sem sacrifício e com um enorme prazer... para o ano haverá mais!