Viagens de memória - diving

Estamos a acabar 2009! A minha viagem deste ano foi o interail em Maio: reviver os interails numa viagem pouco planeada pela europa central. Foi bom, mas soube-me a pouco... quando se está com o espírito eternamente em viagem, o interail cruza-se com a australia e com Bali. Por sua vez, o surf em bali cruza-se com as praias em itacaré e o Kelimutu nas flores com o pantanal no Brasil... talvez porque está a chover e muito, e o mar agitado, a viagem da minha memória deste final de ano situa-se nos mergulhos em Timor, na Indonésia e em Cabo Verde... Diving é o sossego e a calma na vastidão do mar, embora o encontro com os tubarões de reef fizessem mexer e muito o meu coração e esgotar depressa a garrafa de oxigénio... mas tirando estas excitações, o sossego e o anti-stress é a palavra de ordem do mergulho... assim como neste final de ano hesito entre a alegria e a excitação da passagem de ano com os amigos ou o sossego das recordações dos momentos mais vividos... para onde ir?

Um Natal no Rio (2003)

A viagem partiu de Mnas gerais em Tiradentes com os meus amigos Brasileiros, António Andrada e família. Depois de duas semanas à descoberta de minas gerais, de ouro preto e de Belo horizonte, partimos para o Rio, Passamos por Petrolandia nas montanhas e já de noite caíamos no Rio. Por engano fomos parar a um bairro de lata cheio de policiamento mas depressa de lá saímos com uma dose de adrenalina pelo corpo... paramos num hotel em copacabana a nossa base para a descoberta do Rio, neste Natal de 2003. A praia, o surf, o mar, o Cristo Rei sei lá, foi tudo muito muito bom, que saudades! Numa das noites decidi sair sozinho pela praia de copacabana deixando os meus amigos entregues no hotel. Havia uma festa na praia e o pessoal das favelas à volta de copacabana desceu até à praia. Claro que não levava dinheiro nem máquina fotográfica e misturei-me na festa como se fosse um carioca... de vez em quando metiam-se comigo mas não abria a boca, apenas observava a dança na areia e a cachaça que ia encharcando o corpo de cada um... então decidi sair dali, achei que o ambiente estava demasiado pesado mesmo para uma sexta feira á noite carioca a comemorar uma antecipação do natal. A inauguração das luzes de Natal em Copacabana e no Leblon abriram a pompa natalícia. Mais tarde soube que uma árvore de Natal seria inaugurada todos os anos na lagoa de Rodrigo de Freitas. Sempre num calor tropical de Verão a convidar sempre para um suco de coco.

Um natal na Nova Zelandia (1990)

Um Natal no hemisfério sul é um Natal no Verão. Na Nova Zelandia à medida que se vai caminhando para sul o verão vai-se aproximando do dos paises nórdicos. Há uns anos um dos glaciares quase que chegava ao mar e apenas se via o pingar nas pontas do mesmo. Viajar na Nova Zelandia é como viajar no paraíso. Na ilha a norte uma paisagem cortada com cones de vulcão e geysers furiosos a mostrar que a terra está bem viva e a sul, montanhas entrecortadas de fiordes e cobertas de neve. Na costa molhada chove todos os dias, quer seja verão quer seja Inverno, mas no sul o verão tépido em paisagem natural leva-nos a saborear cada canto da paisagem sorvendo cada bocado para a memória futura.

Em Seul no Natal de 1988

Há vinte e um anos decidimos um Natal diferente num ambiente frio que não estavamos habituados. A paisagem gelada de Seul marcava a diferença de um ambiente mais tropical como era o de Macau. A temperatura rondava os doze graus negativos. Na rua havia vendas de coisas de Natal como em qualquer lugar do Mundo. A doze graus negativos, os vendedores protegiam-se com aquecedores entre as pernas. As pessoas faziam as suas compras indiferentes ao frio cobertas de cachecois e de gorros. Nos centros comerciais o ambiente era quente e apelava ao vinho saké... Na Coreia conhecia-se Portugal através de Rosa Mota que tinha ganho uma medalha de ouro nos jogos olímpicos de Seul uns meses antes... passear numa paisagem gelada num ambiente que fazia lembrar o japão era novidade... ver os rios gelados e as arvores protegidas com um estilos de mantas para a resguardar das temperaturas... mas foi quente a sensação de um ambiente gelado que não arrefecia um Natal diferente do habitual... e não são esses os melhores Natais?

Uma viagem pelo Japão

Já foi há muitos anos, perto da meia noite estava num aeroporto de Tóquio sem bem saber para onde ir. Peguei num telefone e com a ajuda do lonely planet fui procurando quarto. Num Inglês telegráfico lá consegui uma reserva num hotel que me parecia não ficar longe de uma estação de metro. Passado meia hora saia numa estação de metro no centro de tóquio não longe da torre tipo eiffel . Não sabia se haveria de virar à direita, se à esquerda... perguntava às pessoas mas ninguêm me entendia e continuava o seu caminho. À sexta feira à noite há muita gente e alcoolizada nas ruas de Tóquio, em contraste com os restantes dias da semana em que tudo parece em perfeita ordem... Pois calhou a um Japonês totalmente bêbado perguntar onde ficava o hotel... ele agarrou-me no braço e disse-me come with me... sem saber o que fazer, optei por mante-lo agarrado ao meu braço. Num ziguezaguear camboleante por uma rua de tóquio lá me mostrou o hotel. Aliviado agradeci-lhe naquele baixar de cabeça... Ele perguntou se queria beber alguma coisa mas recusei... e assim se inicou uma semana pelo Japão onde fui até Hiroshima passando por várias cidades. Comprei um pass de uma semana numa das redes de comboio, o que permite a um estrangeiro (apenas não residente) viajar por onde me apetecesse, sem destino, num país extremanente organizado e com tudo a funcionar bem... e pagava-se muito por essa organização... por isso procurei sempre a solução mais barata... principalmente nos quartos traidicionais aonde se dormia no chão e nos bares onde se vendia sopa de massa com uma mistura qualquer...