Azurara

Azurara é a praia que fica encostada aonde moro... é o meu refúgio aonde me liberto do stress mas também aonde trabalho... onde faço surf... onde tomo um verde ao fim de tarde com o por do sol pousado em meu nariz... também é o sítio onde refilo contra a falta de cuidado e de poluição das praias... o rio Ave é o mais poluído de todos os rios...mas a culpa não é do rio ..mas do nosso comportamento... e o sítio onde se curte uma verdadeira festa rave em plena praia com muita musica e muitos copos... e é esta festa à beira de casa que relata a minha viagem ao fim do mundo...

Castelhanas

O folclore do nosso pais vizinho é muito rico em termos msicais e em termos de dança. Pudera, afinal são várias nacionalidades num só país! Estas castelhanas é uma confusão total... primeiro, fiquei a perceber que os braços são ligeiramente inclinados para a frente, como os cornos de um touro, quando em Portugal o vira minhoto nos põe de braços bem levantados e paralelos à cabeça... será como os do cavalo? depois gostei da posição das mãos encostadas à cintura como que a enfrentar o touro... em Portugal são geralmente as mulheres que adoptam essa posição na dança... e depois as voltas, o bater do pé no outro e a confusão...las castellanas.

Taichi chuan no Andanças

Há vinte anos atrás comecei a fazer Taichi nos jardins de um hotel em Macau. Um senhor chinês andava por lá para quem quisesse aprender e estar em Macau seria sentir também como os chineses o sentiam. Milhares de chineses juntavam-se nos jardins lou lim yok, junto ao farol e a outros jardins num movimento de beleza e de coordenação. Tudo era feito de uma forma que me parecia automatizado... A aprendizagem foi lenta e esquecida com a minha saída de Macau. Por isso foi bom recordar aqueles movimentos no Andanças. Lembro-me de quando se empurrava o ar se sentia que qualquer coisa era empurrada... essa sensação do nada ter volume e peso foi uma das sensações novas que aprendi no oriente. Mas o mundo avança e esse nada foi esquecido... esta tentativa de regresso ao taichi já não me trouxe aquela sensação por falta de prática.. mas fiquei com uma vontade enorme desse reencontro com o nada!

Dança Finlandesa com sotaque portugues

Dançar a polca é gastar energias e fechar os olhos para não se ficar tonto com tanta volta. Mas dançar uma musica popular finlandesa é associar a alegria do polca á suavidade da musica e do processo de relacionamento social... vai rodando vai mudando troca o par e conversa-se.... neste vídeo descobri primeiro a Helena e depois a mim num folk de surpresa de uma tarde a experimentar outras danças, desta vez as nórdicas...

O tango Novo

Nunca fui á argentina. Dizem que em Buenos Aires se respira um ar latino em cada esquina. Sei lá! mas sinto que este tango Novo é andar sem stress, caminhar dançando e entrelaçando os pés e as pernas na companheira de dança num jogo de aproximação. Rodopiar á volta do par e fazer aquela sacada... é como que conduzir a parceira à roda da sorte e encostar a perna esquerda para marcar a volta a seguir... sempre com um ar serio pois on tango é coisa séria... Neste tango novo não se sente tanto o ar de macho latino como no tango tradicional mas é tudo aparência numa calma onde se aceitam as regras do jogo da sedução e da exibição... aprendi então a fazr a sacada..o resto é caminhar camamente em todas as direcções... os caminhos e as hipóteses são várias...

A noite no Andanças

Continuam as memórias recentes...A noite é para dançar o que o dia nos ensinou... Gostei especialmente daquela dança da confusão vai adentro vai a fora, bate-se palmas e troca-se para o par que surge... as vezes fica-se de fora o que se pressupõe que devem ter entrado mais pessoas na confusão... a dança surge para socializar e divertir... conhecer-se... falar e rir... não é só estilo... e tenta-se repetir numa festa em casa com muitos amigos... ou numa festa de casamento por exemplo... Mas a noite teve estes momentos, sentir piazzola numa Igreja... rodopiar o tango com o barroco a envolver os passos... apetecia puxar os bancos para o lado, agarrar na companheira do lado e levar a musica e a dança a Deus!

No sudoeste Alentejano

Não fui ao festival do Sudoeste...depois do Andanças o mergulho na multidão não era o que mais desejava... procurava alguma calma e beleza mesmo num Alentejo pejado de mais gente do que as suas gentes... Milfontes já não tem tanta aparência da Vila Nova Alentejana da minha infância mas tem ainda o suficiente para desfrutar desse encontro com o meu Alentejo do pão cabanitas, do polvo e do arroz de tomate com carapau frito... Até das bifanas, sim elas são diferentes das bifanas do resto de Portugal. Sabe-se lá porquê...! Mas também desfrutar das baías e do mar a bater contra a rocha xistosa... e da pronúncia linda de um alentejo sempre a cantar! "atão" pois...

Os passos lentos e profundos do Tango

Dançar o tango é como passear à beira mar... anda-se devagar, respira-se o ar carregado de sal e de humidade e encostamo-nos à doçura da vaga que vai contra a areia... Há todavia uma decisão a tomar e um caminho a percorrer... mas tudo se faz naturalmente, segue-se a onda suavemente sem grande esforço..apenas seguir como um ritual da dança do sagrado coração... a dificuldade e a beleza está na compreensão dos códigos da dança... puxar, por o pé e avançar fazem partes dos códigos da sedução e do movimento da dança...quem os souber fazer estará no coração do tango... e eu ainda tanto para lá chegar...:)

Memórias do Andanças 2009

Apenas a pouco mais de uma semana do Andanças e com umas imagens muito fortes de bem estar e de alegria dentro de mim, estremeço e sinto pele de galinha quando as imagens de alguns daqueles momentos me passam pelos olhos e prespassam a alma... Foram momentos muito bons passados com a Helena e em comunhão com toda aquela gente que gosta de música e de dançar. Já foi lindo em 2007 quando lá estive a primeira vez e repetiu-se agora. Não há dejá vu mas tão simplesmente uma alegria enorme de estar de novo em comunidade. Acho que toda a gente se sente bem ali. Dança-se com vontade de dançar, experimenta-se com vontade de experimentar. Em S Pedro do Sul nos Carvalhais entre os pinheiros e a Serra, o Andanças é um bom início de férias...começa-se em grande! A meio das minhas férias já olho com saudade para o início das mesmas...

Alentejo: Entre a rua do Capado e a Rua das Amas do Cardeal

O calor aquece-nos a alma. Percorrer as ruas de Portel e de Évora ao meio dia é como atravessar um mar de fogo! Mas o silêncio e o calor tórrido até são primos, uma entidade familiar que entre o bocejo, a transpiração e o silêncio das ruas nos leva aos nomes mais sugestivos de uma vida com a história dos que por ali surgem... A Rua do capado será o galo que foi capado? ou o gato? mas na travessa das gatas são as gatas com cio que encheram a travessa ou as gatinhas que a loja de soutien sugere? A travessa do pão bolorento é apenas uma imagem irreal de um pão que é melhor quanto mais duro, as migas fazem-se com ele duro e não bolorento...mas a travessa do beiçudo deve-se certamente á visita do homem do norte que é mais beiçudo que o do sul... mas entre a Rua do capado e a Rua das amas do cardeal julgo que por causa delas o povo eborense deve ter um dia capado o cardeal... haverá pulga na orelha de alguém? Mahomud que o diga... só cego para não ver né? isto é mesmo do caraças...

Oh Chavalo tens de aprender o bico de pato

Depois do Andanças, o Sudoeste Alentejano... as baías recortadas pelo Xisto e pelas mil fontes de Vila Nova de Mil Fontes... Dizem que Milfontes é a terra das três mentiras... não é Vila, não é nova e não tem milfontes... mas tem, isso de certeza umas praias magníficas do lado de cá e de lá do rio mira... umas ondas na praia do Malhão à espera de quem gosta de surfar... depois de Milfontes seguiu se Odeceixe... e mais ondas onde pude tentar puxar a onda com uma prancha pequenina emprestada pelo meu sobrinho... mas o people algarvio é bravio e julga ser dono daquelas bandas... e tive o meu problema... Alguém se fez a uma onda e embateu em mim que estava paradinho, deitado na prancha à espera de melhor oportunidade.... levei com a prancha na cabeça e na cabeça também tive de ouvir, meio atordoado, oh chavalo partiste-me a prancha... tens de pagar... eu? tu despejas-me a tua prancha na cabeça e ainda tens a lata de me dizer isso? retorqui eu... aprende chavalo a fazer o bico de pato... continua ele... olha não pago nada e se me estragasses a prancha eras tu que pagavas a minha... discussão no Algarve soa mesmo a Algaraviada... e numa chavalada de linguagem que me vou familiarizando...

Despedida do Andanças

Hoje é a ultima noite em terras de Carvalhais S pedro do Sul. Amanha de partida para o Sul, para Milfontes e ainda mais sol... Ainda falta a noite de experiencias das danças ensaiadas no dia, as castelhanas foram as que gostei mais.... mãos nas ancas, ole e uma para a direita outra para a esquerda rodopia, cruzes e salero... olé

No andanças 2009

Tal com em 2007 este Andanças está a ser muito bom. Eu depois enviarei fotos das danças e dos espectáculos e das pessoas que por aqui passam... Em ambiente mais fresco do que há dois anos há tempo, disponibilidade e grande vontade de experimentar as danças tradicionais de muitos paises... ate o vira do nosso minho se pode experimentar e com um grande grupo folclórico... mas neste andanças estou com muito mais vontade de experimentar as danças escocesas, o tango argentino, as danças castelhanas e as italianas... alé lá tsva... num cantigo de uma população algures da asia... tsve tse vá...