Sunday, February 28, 2010

Ha muitos anos

Portugal era ainda uma criança a viver os primeiros passos da democracia... Tinham apenas pasado cerca de cinco anos após a revolução de Abril e o pais vivia intensamente uma guerra surda entre o sul comunista e o norte conservador... Cada um olhava para o outro lado do pais como se de outro pais se tratasse... a miséria era igual de norte a sul... pouco havia mudado nas condições de vida dos portugueses, em termos politicos viviamos os primeiros governos constitucionais em que, apesar da legitimidade do voto, não conseguiam também sobreviver mais do que uns meses... Nesta convulsão de ideias potenciadas pelo meu fim da adolescencia fui cair num ano ao centro conservador da Sertã e no ano seguinte ao sul comunista de Portel... Vivi intensamente esses dois anos num amizade sem limites com as suas gentes. Num ouvia frequentemente, mais deixaria em liberdade uma formiga que um comunista e no outro, é preciso das caça aos reacças! Mas em ambos os mundos me diverti e gostei do que por lá fazia... ainda hoje recordo com muita saudade esses dois mundos.

Thursday, February 18, 2010

Os caminhos de Portugal

Acho que este é um título de uma dessas canções que pululam as feiras de Portugal durante o Verão... mas pronto, surgiu-me quando me deu uma vontade de percorrer este país tão cheio de contradições. Amália dá-nos a nostalgia da saudade e essa saudade é transversal aos portugueses, aos indonésios ou australianos... Conjugam-se três nacionalidades nos caminhos deste Portugal. Foram três momentos próximos num Natal que é a época campeã dessa nostalgia... Gosta-se e detesta-se deste pedaço de terra, pequeno em comparação com as inúmeras ilhas da Indonésia ou a vastidão do continente australiano... os portugueses são morenos e loiros, olhos castanhos ou verdes, mas em todos temos o olhar dessa contradição á beira mar plantado por vários caminhos... de Portugal!...

Monday, February 15, 2010

Frio e quente

O Carnaval traz-nos calor mesmo com o frio que se faz sentir no hemisfério Norte. A alegria aquece-nos o coração mas muito mais a recordação. Nunca passei o carnaval no rio mas sei do calor de verão no Rio em pleno dezembro. O carnaval no Rio é um calor que ultrapassa o calor da nossa alma. O calor do carnaval no hemisferio norte não é tão intenso mas é alimentado com o calor que vem do Brasil. Não tentamos sambar por cá nesta época? O samba do pé ultrapassou há muito a fronteira brasileira e vai pintando de amarelo e verde a neve e o cinzento do outro lado do mundo. Frio e quente é o carnaval aqui em Portugal. Mas frio e quente é o melhor gelado para esta época do ano. E sabe bem sorve-lo suavemente num sorriso que não chega a ser o riso da alegria que os carnavais costumam fazer mas é ainda assim carnaval...

Wednesday, February 10, 2010

ULURU - o momento da tranquilidade

De vez em quando apetece-me repousar neste vídeo. O local é talvez demasiadamente turistico,mas um rochedo saído do nada da-nos uma calma de espírito incrivel.Não sei explicar apenas consigo sentir. Para os aborígenes trata-se de uma montanha sagrada que tratam com carinho e respeito. Para os ocidentais uma oportunidade de a escalar e sentir a brisa correr-nos na cara... dar-lhe uma volta completa sob o calor abrasador do interior australiano da-nos uma surpreendente tranquilidade necessária para suportar o regresso ao lar... Há um grito de liberdade também, muito sentido quando nos sentimos totalmente sós num deserto enorme à volta que a massa turística não conseque limpar... Aproveita-se o nascer do sol para a percorrer em momento de frescura, o meio da tarde para a sentir tórrida e o por do sol para a sonhar até ao despontar da lua cheia sobre o seu cume... Todos os momentos nos levam a Uluru mesmo a muitos milhares de quilómetros de distância... tempos a tempos estou lá e percorro de novo a memória dessa minha presença...à busca de uma tranquilidade.

Saturday, February 06, 2010

A nuvem ardente

Toda a ilha de java fervilha num meio de dezenas de vulcões ou de actividades vulcânicas. Os arrozais estende-se no sopé de vulcões. A terra é produtiva e cheia de gente que procura ali a sua subsistencia. Entre o fervilhar de uma manifestação vinda de um fundo da terra ve-se e sente-se o poder da natureza. Habituamo-nos a controlar o medo. As pessoas que sentem na terra o momento de estar ou não em perigo, o turista que sente que a sua passagem ali é temporária e aproveita o desfrutar do que a natureza nos vai dando. No entanto, cada vez que passo o olhar pela acção da natureza, me faz lembrar os que não conseguiram fugir da sua fúria. A História da Indonédia está infelizmente cheia destas histórias, mas a riqueza da terra fá los adaptarem-se aquela forma de vida.