Friday, July 28, 2006

Por Espanha

Saímos pela fronteira de França em Bragança. As sombras pequenas á volta dos beirais das casas lembravam-me aquele Alentejo quente em meses de Julho e Agosto. A passagem para Espanha não se fez sentir, apenas no pueblo de Sanábria. Havia festa e a animação era diferente às que conheço em Portugal. Seguia-se Leão (Leon). sexta feira á noite e procuravamos animação nas ruelas antigas á volta da catedral. Os espanhóis adoram comer, tapas e raciones. Pouca musica mas muito convívio. Mas quem nao entra nas tapas não sente o ambiente... e o regresso ao parque de campismo ocorreu pouco depois da meia noite, quando se rpetendia uma noite longa... Então viramo-nos para os picos da europa no dia seguinte. A ruta de cares é sobejamente conhecida. Funciona quase como uma peregrinação do estilo dos caminhos de Santiago. Pior que a ruta só mesmo covadonga, o lugar de defesa do poder cristão contra o muçulmano. A histeria de corrida á pequena capela, as moedinhas que se lançam ao lago despertam o desejo de sair dali rapidamente. As montanhas, pelo contrário são lindas. A catedral de Oviedo não é tão imponente como a de Leon mas o retábulo da Igreja é magnífico. Só por amor se faz uma coisa daquelas! Não sendo religioso não posso ficar indiferente à sua beleza. Depois de Tapia só mesmo em La Coruna, a cidade minha preferida desta zona de Espanha. A Galiza para mim começa em la coruna e nos seus bares. Sem cerveja a Coruna não tem sentido... O mar, o marisco a cidade ao fundo funciona na perfeição. E Portugal vai-se aproximando, até pela quantidade de turistas portugueses em Santiago de Compostela! Braga e Santiago parecem-me cidades gémeas, no melhor e no pior. O melhor está de longe na cidade antiga. O pior no excesso de religiosidade. e finalmente Tui, depois daquele outro excesso de cimento que é Baiona. E Caminha e a praia de afife para matar saudades.... esta palavra misteriosa que traduz tanto o nosso sentimento...

Sunday, July 16, 2006

40º à sombra

O suor cobre-me o corpo, a noite calma leva-me à varanda respirar um pouco o som que o mar traz e leva. São quatro da manhã e não consigo dormir. Desejo os 40º que fazem certamente em qualquer lugar do mundo! Esta aproximação que o calor em Portugal nos traz não me é suficiente! Então fecho os olhos, sinto a brisa ligeira passar me pela face, como que a querer levar-me de novo para outra viagem , para outros 40 graus á sombra dum mundo super aquecido pelos ódios e ressentimentos . Sinto que caí num lugar comum, mas este turbilhão de memórias, de explicações, de mágoas, de desejos caem certeiros como um óbus em qualquer terra do médio oriente.

Sunday, July 09, 2006

A terra dos outros

Agora que ja me encontro aqui em Portugal, há duas semanas, a terra dos outros será melhor ou pior que a minha terra? Aqui dentro fico com saudades da outra terra, dos encontros e das sensações , do estado de espírito bem relaxado, mas também é verdade que lá fora desponta igualmente a saudade da terra daqui, da minha casa, do meu espaço! Parece que o comum é a saudade, e, bem no fundo, acho que pertenço à comunidade dos saudosistas, por mais que não o queira reconhecer. Sempre achei que o importante é o presente, o que se vive agora e com quem. O passado é apenas uma ligeira recordação de um acumular de sensações, mas não mais do que isso. Mas vivendo o presente, não significa ser desprovido da nostalgia dessa saudade que não é mais do que esse despontar de sensações trazidas pela memória. E é bom afinal! afinal, ter saudades é como se olhasse o passado como algo que foi apenas bom. Querendo viver o presente é porque não se dá importância ao passado mais do qe esse despontar de sensações. Há como uma combinação, um entrelaçar do presente e do passado , sem grande importância mas o suficiente para uma continuidade.

Sunday, July 02, 2006

stand up stand up stand up for your rights

Regae na casa da musica, quinta feira as duas da manha. O grupo de Bob Marley ( acho que ainda lhe podemos chamar com a referencia de Bob Marley ) atacava sons que estao bem dentro das nossas vivências, do nosso passado, com toda a intensidade com que foram vividas. Por mim foram. Por isso o arrepio foi grande com o stand up stand up stand up for your rights! Foi um grito da adolescencia vivido ainda com a mesma intensidade, passados estes tantos anos! Vi-me a cantar, a palpitar e a arrepiar nestes momentos deliciosos, mesmo deliciosos. Assim, viagens na outra terra mas tambem grandes trips nesta terra que ainda nos supreende!