Desde Setembro que os sons das praxes me entram pela janela do meu gabinete. Sinto uma mistura de sensações, entre o divertimento e a angústia de preocupação por quem não suporta aquelas cenas e se sente obrigado a participar. Não tenho experiências de praxe mas tenho de um serviço militar que me trouxe também sentimentos fortes: o da camaradagem que se criou e o da repulsa pelos gritos que nos soavam aos ouvidos, do sargento que nos insultava e de uma obrigatoriedade a uma disciplina que nos parecia ignóbil para uma juventude bastante contestária... mas, depois de tudo, ficou um sentimento forte de amizade, talvez criado pelas histórias vividas e que nos dão agora a oportunidade de contar sobre aquela desgraça toda. Será esta a força também da praxe?
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